Bóiam no limiar do meu ser mistérios e medos, são águas profundas pelas quais ainda ninguém se atreveu a navegar, desprende-se deles um cheiro amargo que me mortifica.
É lá que se fundem na mesma percepção a dor da limitaçao e a vitalidade da esperança.
Quando vem o crepúsculo tudo fica submerso pelas agruras da vida, que vão corroendo as condições básicas de felicidade.
Quero a aurora para que venha a alegria perfeita que não é deste mundo, espero-a com passos rectilíneos, mas ela demora-se e acabo por adormecer ao lado do sono.
Porque a felicidade foge pelos interstícios da consciência, quero também eu a inconsciência, virtualidade diáfana essa.
O tempo escoa, enrolo o coração num pano de flanela, para que não venha a noite e me cubra com o lençol de insónias tricotado com uma tal de melancólica inércia.
Este é o meu modo secreto de viver ou quem sabe talvez endoidecer.
By: Mónica Teixeira*
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