quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Fios do tempo

A noite chega-me irrequieta porque no dia o tempo escoou com a velocidade de um século num milésimo de segundo.... a condensação dos medos a aflorar, aquele turbilhão que te faz ficar hipnoticamente zonzo e te sufoca a alma...sim, tudo num segundo.
Mas são apenas fios de um cobertor que te aquecerá a alma quando fores bem velhinho, são fios do tempo que traçam a tua história, ora se soltam as pontas, ora se dão nós, ora se quebram e lá vais tu procurar mais fios à tua capacidade de resistir ás adversidades, lá bem no fundo, naquele lugarzinho que só tu sabes, para continuares a tecer.
E levantas-te mais uma vez, porque o universo inteiro habita dentro de cada um, céus, terra, mar, relâmpagos estão dentro de nós.
Tudo o resto ficou no nada, no pó, no esquecimento da alma, mas tive o cuidado de embrulhar num pano de seda, guardada por um Minotauro que jamais será derrotado.
Estremeço pela última vez num amargor que evoca a tua ausência, por fim apaga-se o rasto de tinta, ficando o fingimento sibilante do sorriso e o ruído quase imperceptível que vem do coração;

By: Mónica Teixeira*

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